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A luta centenária das mulheres e seus avanços
O Dia Internacional da Mulher surgiu quando em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho, que chegava a ser de 16 horas diárias, equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
É surpreendente que, guardadas as devidas proporções, essa luta continue até hoje, mais de um século depois.
Porém as mulheres de hoje conseguiram avançar em alguns pontos.
Houve aumento de 7,5% da força de trabalho feminina no mercado formal, percentual superior à taxa de crescimento dos homens, que foi de 6,62% em 2007. Esses são dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do ano passado, divulgados pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
O destaque segundo grau de instrução ocorreu no nível Ensino Médio Completo: 1,438 milhão de postos ou crescimento de 11,59%.
Em números absolutos, este resultado representa 58,6% da criação de postos de trabalhos formais em 2007 e, em termos relativos, situa-se 66% acima da taxa média nacional (+6,98%).
Ao avaliar o Ensino Médio Completo por gênero, observa-se que os homens registraram uma taxa de crescimento neste nível de escolaridade da ordem de 13,08%, a maior dentre todos os graus, correspondendo a um incremento de 873,6 mil empregos, enquanto que as mulheres evidenciaram uma elevação de 9,85% no número de vínculos empregatícios, o que representou um incremento de 564,8 mil postos de trabalho.
A maior taxa de crescimento dos vínculos empregatícios das mulheres ocorreu no nível Superior Completo (+12,88%), bem acima a dos homens (+7,78%). Em termos absolutos, estes percentuais representam uma geração de 394,3 mil empregos formais femininos, superior em 130% ao obtido pelos homens (+171,6 mil postos).
?Esse resultado demonstra que quanto maior o nível de escolaridade, mais mulheres estão no mercado de trabalho. O dado negativo é que mesmo assim, com melhor escolaridade e por estar em número maior nesta faixa, ela ganha bem menos do que o homem. O que é uma prova de que ainda temos discriminação no país. O importante da Rais é que ela faz uma radiografia real, mostrando inclusive os preconceitos ainda existentes?, destacou o ministro Carlos Lupi, durante a coletiva.
Remuneração
Foi registrado aumento no rendimento médio real dos trabalhadores formais de 0,68% em 2007, quando comparado ao ano de 2006, ao passar de R$ 1.346,77 para R$ 1.355,89, a preços de dezembro de 2007.
A Relação Anual de Informações Sociais é um Registro Administrativo criado pelo Decreto nº 76.900/75, com declaração anual e obrigatória para todos os estabelecimentos existentes no território nacional. As informações captadas sobre o mercado de trabalho formal referem-se aos empregados Celetistas, Estatutários, Avulsos, Temporários, dentre outros, segundo remuneração, grau de instrução, ocupação, nacionalidade e informações dos estabelecimentos relativos à atividade econômica, área geográfica, etc.
Criada com fins operacionais/fiscalizadores e estatísticos, atualmente a principal função operacional da Rais é identificar os trabalhadores com direito ao recebimento do benefício do Abono Salarial. Em 2007, foram identificados 15,129 milhões de trabalhadores com direito ao benefício ante 14,189 milhões em 2006.
Por: José Floriano da Rocha