Editorial: Globo justifica, não pede desculpa
Cerca de 50 anos depois a Globo assumiu publicamente ter apoiado o Golpe Militar de 1964. Por 21 anos ele esteve ao lado do regime que perseguiu, sequestrou, torturou, matou, saqueou, mutilou, censurou, aleijou o Brasil, causando danos á nação que ainda estão por ser contabilizados.
Em setembro do ano passado, o Jornal Nacional dedicou dois minutos e quarenta segundos a justificar posicionamento favorável e longínquo á Ditadura, sem a humildade, porem, de pedir desculpas, uma vez que devido á sua grande influencia o apoio certamente pode ser entendido como participação.
Numa autocritica de argumentação duvidosa, a Globo justifica a valsa com os generais ditadores afirmando que outros influentes veículos de comunicação, como O Estado de S.Paulo e Folha de S. Paulo também o fizeram.
No trecho mais melancólico alega ter sido induzida pelo povo: fez o mesmo parcela importante da população.
O editorial é omisso, em momento algum cita a fortuna que as Organizações globo conquistaram em paralelo ao conchavo. Segundo o índice de bilionários Bloomberg de 2012, os irmãos Roberto Irineu, João Roberto e Jose Roberto controlam um patrimônio superior a R$ 40 bilhões. Eles são herdeiros de Roberto Marinho, fundador da rede Globo, abalizador da parceria Globo-Ditadura.
A iniciativa da Globo não convenceu nenhum dos lados . Não se trata de posição equivocada da redação, mas de posicionamento politico firmemente defendido por seu proprietário, diretor e redator-chefe, Roberto Marinho, afirma o Clube Militar.
Como bem revelam os envolvidos, não se tratou de um posicionamento editorial, a escolha foi empresarial, sem pudor, pelo dinheiro e poder, portanto, não cabe a imprensa o corporativismo, mas sim o reparo.
Por: José Floriano